segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nossas vidas e idas

Antes, bem antes...

Chegou a luz do dia,
ouço gritos dentro de mim,
meus desejos estão reclusos,
um frio caminha minh'alma.


Quero habitar outro corpo,
peço, quase imploro ao deus,
mas caminho sombras,
doente como um tiro a esmo.

Noutros dias...

Ouse, assim te quero,
abusando dos meus prazeres,
gulosa por viver mais essa noite,
é pouco, pra que as palavras.


Retiro seu véu, seu pudor,
só então conheço o corpo,
libidinoso, caminho vadio o sexo,
safado e certo do gozo.

Amanhã, de manhã...

Bom-dia aos beijos de sim,
resta-nos um corpo suado,
noites grudadas nas dobras,
uma fome incomum de mais...


Seu hálito de hortelã alucina,
entendo como um convite,
mostra-me a amante desejosa,
enquanto rolo a língua pelos seios.

Adeus...

Minha boca se despede da sua,
apenas isso, o mais continua,
fica a paixão gravada por dentro,
um amor calmo que volta, volta depois.

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