sábado, 25 de setembro de 2010

Nascimento

Nasci agora a pouco e já estou morrendo,

nem ao menos andei sozinho,

o sol levantou e não vi, não tenho calor,

as águas correram rio abaixo e não bebi,

a noite veio e ficou só minha.





Ainda não abri os olhos de vida,

enxergo tudo em preto e branco,

o som não entra nos ouvidos,

sei poucas palavras, quase nenhuma,

não entendo os sons que saem das bocas.





Nego minha pobre existência,

dizem de um céu que não sei onde,

também que têm flores em um jardim,

falam que o sexo é bom quando se ama,

não aprendi a viver fora do meu corpo.





É! Nasci a pouco e já estou morrendo,

retiro minhas dúvidas, retiro-me da vida,

poderia jogar com as palavras, mas,

não sei nenhuma que impressione,

como dizer da pouca vida que nada sei.





Nasci mil anos antes do verdadeiro amor,

quando homens não amavam suas mulheres,

não por falta de amor, tinham medo da entrega,

pensavam ficar escravo de um sentimento,

para o amor faltava vida. Eu, nasci há pouco!

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