sexta-feira, 20 de novembro de 2009

PREITO Á NATUREZA

Ah... Natureza! Que cruel regime

te impõe o homem, perdulário e ateu!

Agride fauna e flora, alheio ao crime

de estragar o que Deus nos concedeu!



O ar, o sol, o azul que esmalta o espaço,

o homem faz réus de equívocos critérios;

enche os céus desse trágico bagaço

de pós mortais e gases deletérios!



Quando se rouba à mata a ave inocente

e polui- se a mercúrio a água dos rios,

é nessas horas que o Senhor pressente

o quanto somos maus e somos frios!



Da árvore que estala, vindo ao chão,

evola-se um lamento ao infinito,

mas não o ouve o autor da infanda ação,

pois só Deus é capaz de ouvir tal grito!



Natureza: viemos de outras plagas

pra crescer nos reencarnes sucessivos,

mas te enchemos de pústulas e chagas,

inda presos a instintos primitivos!



Falhos que somos desde os cromossomos,

de nós tirai, Senhor, machado e serra;

lembrai- nos que, afinal, nada mais somos

que meros forasteiros sobre a Terra!

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