sexta-feira, 27 de novembro de 2009

DE SENTINELA À JANELA DE MEU QUARTO

Numa noite com esta todos os gatos são pardos,
e à luz ténue de um candeeiro de rua pode-se
observar como eles correm atrás das lagartixas
que percorrem o muro, de uma a outra ponta da
divisória.

Os muros são todos caiados de branco, daí a
visibilidade se tornar maior a quem perscruta.
Junto da luz intensa que emana dos candeeiros
insectos voltejam como loucos e os morcegos
mergulham com seu radar em direcção ao
alimento.

Um louva-a-deus metamorfoseia-se de rosa,
no jardim logo abaixo de minha janela e em
reza espera imóvel a sua próxima vítima. Logo
que a alcança, num golpe de milésimos de
segundos, dirige-se à cabeça do oponente, para
travar logo aí a luta sem prejuízos para a sua
integridade.

Leves breves chilreadas de pássaros abundam
a espaços na noite, pousando de árvore em
árvore. Enquanto humanos se passeiam com
seus cães de estimação, tratando-os bem e
deixando-os correr em perfeita galhofa canina.

E nesta miríade de sons e de observações, dou por
mim a escrever este poema, em prol da natureza,
que tanto me embriaga e traz-me a paz tão
requisitada, em noites de lua minguante,
que mal brilha no rio lá mais abaixo salpicado
de estrelas e das poucas ondas que a brisa ergue
solenemente.

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