terça-feira, 24 de novembro de 2009

Estrada de aço

Minha estrada de terra revesti com placas de aço,
como nos sonhos que me acompanham por toda vida,
plantei flores ao longo dos braços de ferro
sem os abraços que me foram prometidos,
escondi a saudade do beijo que secou na boca de lata.


Pendurei estrelas de alumínio no céu que pintei no papel,
colei no teto naquele antigo quarto que dormimos,
fiz uma máscara de cobre batido,
risquei o zinco como se fosse relâmpago
para lembrar os êxtases das noites que fizemos amor.


Pendurei uma lua de bronze no poste da minha rua,
desliguei as lâmpadas dos faróis, parei os carros,
colori os passos com o mesmo grafite que escrevi um bilhete,
fiz um caminho de ferro que me leva até um céu,
não importa qual, se tem você, importa a paixão forte.


Forjei amor em uma caldeira de milhões de anos,
deslizei meus pecados por trilhos de uma grande locomotiva,
subi, fui o mais alto possível, conheci deuses,
colei uma moldura de ouro em volta do seu retrato,
sozinho, falei de amor, a caminho do meu mundo de metal.

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