quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FIGURANTE

Da janela do meu olhar
avisto o tempo, que lento se vai,
alcançando as brumas do vento.
Com ele, toda minha viagem,
sonhos em rendas bordadas,
que não sonho mais...

Momentos que em contratempos
ora se esvaem...
No caminho com o encontro
caí no desencontro,
descaminho
no qual me defronto.

Perdi as cores da realidade,
esqueci minha passagem
nas mãos da esperança,
que se perdeu entre as paisagens,
vestidas de insensibilidade...

Amor envolto em cores mortas,
emoções dispersas, sem nexo...
Sentimento que não reflete
o sentido do coração completo.

Retina que não retine,
saudade é lume embaçado
e tudo em mim se comprime...

A solidão sempre por perto,
escura como as noites de tempestade...
Figurante de um livro perdido
aguardo, num palco empoeirado
um outro enredo, uma nova realidade!

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