quinta-feira, 2 de abril de 2009

Proíba-me

Proíba-me o tempo, a chuva,

o dia de amanhecer,

as nuvens de correr o céu.





Proíba-me de sorrir,

de ter olhos verdes,

de sentir medo das partidas.





Proíba-me a realidade,

um sentimento qualquer,

culpe-me de sonhar a noite.





Proíba-me de caminhar,

se sentir necessidade de me encontrar,

de viver um amor qualquer.





Proíba-me de ser feliz,

mesmo que não saiba a definição,

de fingir, até um dia aprender.





Proíba-me de ser gentil com outrem,

de gostar e de fazer carinho,

de comer quando der vontade.





Proíba-me de crer em meu deus,

de querer um destino mais a frente,

de poder ter esperanças pro amanhã.





Proíba-me de alegrar com o sol,

de mostrar os dentes quando sorrio,

de querer beijar outra boca que me queira.





Proíba-me de pensar que estou vivo,

de saber que amo e não sou amado,

de escrever uma história pra depois apagar.





Proíba-me a morte,

que algum céu me receba com amor,

o mesmo amor que jogou fora por descaso.

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