segunda-feira, 27 de abril de 2009

Corpo e amor

Volto os braços sobre seus ombros,
deixo meu peso, minha leveza
e o querer de estar sempre desejando...


Quero seu corpo viajante do meu,
apaixonado com os sonhos dos depois,
um amor, apenas um, meu e seu.


Poderia ser uma qualquer, não amor,
deveria ser a que têm o sorriso aberto,
como janelas que um dia desenhei no corpo.


Voltaremos as ruas que nos conhecemos,
queimaremos o lixo que restou de um dia,
voltarei mais leve, seu, amor como meu amor.


Deixa suas mãos correrem o corpo nu,
provoca-me, faz-me ir ao inferno,
até que te tome e faça engolir-me.


Os dedos deslizam sobre líquidos contínuos,
nenhum vazio, nada, tomo-a inteira,
como nuvem, cubro seu corpo, suave e forte.


Noite passada não fechei meus olhos,
arranquei algumas raízes de algum passado,
ainda não é outono, já quero a primavera.


Posso ficar horas voando em seu corpo,
montado n'alma que um dia me entregou,
até quando na terra apaixonado for lugar comum.


Preciso de todos os invernos, das chuvas,
do verão que queima de fora para dentro,
quero ser o inverso dos tempos para me dar.


Sobre a sua paixão, meu amor, sobre tudo,
a vida que não nos pertencem, nem depois,
como os dias que tomou as sombras e nos deu amor.

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