No bairro onde eu moro
Também mora a sabiá,
Ave canora que adoro,
Sempre adejando por lá.
Da janela do meu Apto.
Vejo na casa da frente,
Exposta ao sol e ao vento,
Idosa senhora no alpendre.
Dia desses, pela manhã,
Dei olhos ao inusitado,
A idosa descascava maçã,
Tendo a sabiá ao seu lado.
A cena rara me comoveu,
Mexeu com meu lado poeta,
A chama no peito acendeu,
E, como alpendre não tenho,
A porta do coração deixo aberta.
Pois é, cidadão!
Veja que imagem sadia!
A sabiá e a senhora conversando no alpendre,
O poeta, em alerta, concebendo a poesia.
Sem comentários:
Enviar um comentário