quarta-feira, 1 de abril de 2009

FEALDADE

Meus versos, sem terem porque haver,
ou existir, são apenas o tudo, que é nada,
ridícula comicidade, um espelho
oblíquo, onde não entra sequer a luz,
para não ferir, a excelsa paisagem.


Poetastro da mentira e da ilusão, finjo-me
poeta, aos olhos dos outros,
porque tudo, mas tudo, aquilo que escrevo,
é o irrisório, de minha própria personalidade.


Um autêntico momo, de mãos dadas com
a farsa.


Que faz da poesia, seu modo mais egoísta,
de viver a sua «não vida».


Nada sou. Nada serei. Uma aberração, que
nunca devia ter saído, do lugar que lhe mereceu.

Sem comentários: