sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

TENTANDO ENTENDER O DESTINO

Algo que sempre se tenta explicar, ou procurar alguma explicação, é para tentar saber o que é Destino, e muito já se falou sobre o que é que ele pode ser, mas até agora ainda não vi nenhuma conclusão que possa esclarecer este assunto.



Alguns dizem que nosso destino é traçado no momento em que nascemos, e não existe nada que poderá modificá-lo. Neste caso, sugiro que todos devemos nos dirigir para o local mais confortável possível, e que lá fiquemos sentados quietinhos, esperando que ele se cumpra. Se já foi traçado, e se nada pode modificá-lo, tentar algo de novo será como malhar em ferro frio.



Há contudo uma outra versão que afirma que o destino está totalmente em nossas mãos, e que nós é que devemos moldá-lo a nosso bel prazer, usando algo que nos foi doado por Alguém, que se chama livre arbítrio. Aqui vemos alguma coerência, mas existem controvérsias pois existem fatores diversos, muitas vezes trazendo fatos que nos obrigam a desviar de nossa meta.



Não será este fato provocado pela inexorabilidade do Destino e que estamos tentando modificar? Então ele reage, como que mostrando que nosso caminho não é aquele, mas outro.



Estamos chegando a um consenso, pois realmente existe algo que se pode chamar de pré-determinado na coisa toda. Podemos notar que muitas vezes somos como que "empurrados" para determinados caminhos. Podemos reagir contra essa tendência, mas após algumas voltas, eis que o mesmo caminho surge novamente, como que a dizer: Ainda está em tempo...



Existe também nosso livre arbítrio, pelo qual podemos escolher como reger nosso destino. Entendo estar na conjunção das duas idéias, o porque de algumas pessoas conseguirem sucesso na vida, e outras não. Ou seja, aquelas cujo livre arbítrio esteja "em sintonia" com o destino, desenvolvem seu trabalho, suas aptidões da melhor maneira possível, ao passo que aqueles que "forçaram" a barra, encontram mais dificuldades.



Convenhamos que é realmente difícil chegar-se a essa "conjunção", pois nem sempre conseguimos "enxergar" ou "entender" o tal do Destino. Chega-se a levar quase que uma vida inteira para entender o que desde o início estava à nossa frente, e não soubemos ver.



Coisa muito parecida aconteceu comigo. Levei 62 anos para entender a coisa. A necessidade de ganhar a vida, o sustento da família, são fatores que muitas vezes nos impedem de enxergar o que está bem ali, na ponta do nariz.



Algo que desejo tentar passar para os mais jovens, é que saibam ler dentro de si, procurem saber entender sua real vocação, não se deixando levar pelo que outros achem ser o melhor para vocês.



Conseguindo enxergar seus talentos, e desenvolvê-los, é meio caminho andado para o sucesso. O outro meio caminho vai depender de sua determinação, de sua real vontade de "chegar lá".

Não se esqueçam de que, se conseguirmos nos entender com o Destino, temos que saber usar também nosso livre arbítrio, nossa vontade, para ajudar nosso destino a se cumprir.



Não depende só de nós, nem depende só dele, mas sim da combinação das duas coisas, de encontrar o caminho, e de lutar para percorrê-lo.



Só para finalizar, quero transcrever um recado deixado por João Freire Filho, grande trovador carioca:

"Por tanto que me tem dado,

pelo riso, pelo pranto,

Destino, muito obrigado,

nem sei se mereço tanto".



Este, sem dúvida, foi um que soube encontrar seu destino, e lutar por ele.

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