quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A NOITE É TUA TESTEMUNHA

Tua silhueta sinuosa, percorrendo
toda a casa sem um único passo
audível, em absoluto silêncio, noite
dentro, apenas deixa escapar,
algumas sombras, nas paredes, se
acaso se achega um pouco mais de perto,
das janelas, aonde uma ténue luz,
atrevendo-se, penetra,
nos bastidores, da grande sala.


Como que exercendo, sobre ti, um
enorme encanto, tal luz, emanada pela
lua, leva-te a puxar as cortinas, por
completo, da grande casa, e, ali ficas,
por instantes, observando a estrela.


Nisto lá fora um gato pardo, parece olhar
para ti, a momentos, para de seguida,
retomar o seu curso, de todos
desconhecido,
desaparecendo, por entre esquinas,
até o perderes de vista.


Impelida por toda esta magia, que só a
noite revela, com seu pragmatismo,
decides-te por ser a acção, indo buscar
seu próprio propósito, e, como que
experimentando, tal conceito, num
repente, deixas-te levar pela dança,
que, vinda dentro de ti, faz-te mulher
por inteiro, de sorriso nos lábios.


Então como que num encolher de ombros
e abertos os braços no etéreo, cabeça
ligeiramente caída para trás, sais de ti,
em perfeita harmonia, com a noite.

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