quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Louco, eu?!

Louco, eu?!
Só porque ouço
o gargalhar do violino
e sei de quem ele está rindo?

Por que sou o único
a ouvir música nos pingos
que da torneira insistem em cair?

Não!
Em tudo existe melodia!
Assim como é feia a de uma briga,
é bela a sinfonia do perdão!

Não tenho culpa de ver
o que a maioria nem tem noção,
mas daí a me chamar de louco,
ah.. isso não!

Ou por outra,
prefiro ser louco
do que só acreditar
no que se pega com a mão!

Dos olhos
vejo tanto a cor do ódio
como a cor da compaixão.
Tudo tem música e cor.

E como é rosa
o olhar da mulher
que me tem amor!

A prepotência e a inveja
têm a cor da demência,
por alguma razão!!

A ganância,
o ganhar com sofreguidão,
tão aceito
nessa sociedade em questão,
é um verde que dá medo.

E a vejo em velho e moço
e depois
sou eu o louco!

Tem que ser assim?
Queria que o ser humano
acreditasse
um pouco mais em mim,
mas ele está cada vez mais longe!

O que me faz concluir
que nós, os chamados loucos,
que conversamos com pássaros,
com a luz que entra
apesar da vidraça,
somos mais felizes.

Talvez por nossos diálogos,
sem muito protocolo,
sem obedecer uma diretriz,
mas olhos nos olhos.

Com o passar dos anos
o ser humano tem ficado surdo,
cada vez mais cético,
por conseguinte,
cego,
mas infelizmente
nada, nada, mudo!

E como está sozinho
para com seu dedinho,
de um momento para o outro,
me apontar
como se fosse eu, o louco!

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