As páginas foram voltando uma a uma,
Folhas de um livro que representou a vida;
Tão breve para quem fica e ela se esfuma
Longa para quem vê na morte uma saída.
Muito sofreste com a degeneração dos ossos
Que aos poucos iam ficando menos densos.
Mesmo com remédios e os carinhos nossos
Os teus clamores eram muito intensos.
Naquela manhã de abril triste e sombria,
Que transbordava uma grande apreensão,
Teu rosto expressava a aflição de quem partia
Livrando das dores para tua ascensão.
Tudo passou, mas os anos não se cansam,
Mostrando a falta que me fazes e a devoção,
Que neste dia mãe, as saudades mais avançam,
Deixando órfão e mais triste meu pobre coração
Sem comentários:
Enviar um comentário