sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Amo!

Não há espaço para nós!
Estamos presos entre
a minha liberdade de ser só
e a tua cela de dependências.
Temos quase tanto tempo de vida,
porém, ainda tenho sonhos de um dia,
viver em uma mesma cela.
Impregnada de amor,
de companheirismo,
de partilhas. Uma família.
Talvez não sejamos de outras vidas,
ou somos, mas não as almas gêmeas
que tanto falávamos.
Quem sabe, tivemos sim, já convivido
uma amizade, uma fraternidade,
ou um belo romance.
Seriam esses, os fragmentos que
sentimos, que acreditamos um dia,
fosse um amor inacabado, que pudesse
nesta vida continuar até findar-se.
Meu instinto dizia que não.
Eu amo, realmente amo com toda
a minha alma. Amo há muito...
Alguém com quem me senti forte
quando eu mais precisava de força,
que desmembrei de mim o tudo que
eu poderia oferecer.
Alguém com quem criei fantasias
jamais imagináveis, que despertou-me
libidos jamais sentidos.
Alguém tão distante, que me fez sentir
dissabores das dúvidas, certezas
repentinas, dores...
E ao mesmo tempo, me fez sentir amada.
Eu amo, realmente amo com todo
o sangue que corre pelo meu corpo.
Amor esse, que permaneceu encubado,
adormecido, mas sempre vivo.
Tentei desvencilhar-me, esquecer,
desacreditar nesse sentimento
que nasceu num repente de coincidências.
As lembranças nunca foram esquecidas,
os momentos nunca feneceram,
as imagens nunca se apagaram,
a voz nunca se calou, sempre a balbuciar
nas minhas noites de solidão, de saudade.
Ressucitavam a cada sonho, a cada noite,
a cada dia de longos e sofridos meses.
Perdoe-me às vezes em que eu disse -Eu te amo-.
Perdoe-me tantas vezes em que te fiz acreditar
que fomos feito um para o outro.
Perdoe-me se menti para mim mesma, tentando
fazer-te acreditar no que não existia.
Nas vezes em que disse que meus sonhos
estavam em ti, quando na verdade,
estavam bem além do meu alcance.
Perdoe-me porque eu amo!
Perdoe-me!
Porque eu amo incondicionalmente!

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