domingo, 14 de dezembro de 2008

Rubros lábios

Escapam, desses rubros lábios, sussurros doridos,

contidos sons, que se espalham em sinuosas ondas.

Cicios inaudíveis que transpiram, nos seus ruídos,

sorriso carmim, misterioso, intrigante. Gioconda!



Há trêmulos lábios pálidos, sob vermelho-sangue.

Neles se escondem as trevas da negra vicissitude

dos muitos atos que, intensos, a deixaram exangue!

Recusas aos gritos de amor. Nada há que mude...



Há um silêncio branco que se entremeia nos sussurros,

carregando nas entranhas, nos muitos espaços, certa dor

que a boca entreaberta, fria, consegue conter os urros.

Murchos, pálidos, seus lábios não conteriam o clamor.

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