segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

À Tarde

À tarde, eu me escondo como o sol,
tentando ocultar minhas falências,
minha solidão, meu desespero.

Procurando afugentar as mágoas
que caminham nos meus passos,
as dores, as saudades, os antigos abraços,
as lembranças que vagueiam,
as almas perdidas dos meus abandonos.

À tarde, aguardo as estrelas
como quem espera a última chance de ser feliz.

Os pássaros se escondem à tarde
voltando aos seus recantos,
aos seus abrigos.

À tarde, eu não tenho para onde voltar
senão para dentro de mim,
tentando a mim mesma encontrar.

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