sexta-feira, 18 de maio de 2007

SANGRANDO


Toda uma vida
em esperas...
Perseguindo a felicidade,
enganando os sentimentos
com esperanças vãs,
fugindo da sua própria realidade.
Fim do caminho,
transbordou em agonia
o sonho de quimera.
A taça vazia
reflete um olhar frio.
A mão não mais estendida,
- única que afaguei,
o final da fantasia, acena...
No silêncio do momento
encerra o tempo
a derradeira cena,
que se tentou adiar...
Não valeu a pena,
só prolongou a dor
que agonizava,
sangrando amor...
Na minha face,
a máscara derretida
sem disfarces,
na boca, um amargo gosto...
A lucidez entorpecida,
emoção esvaindo desgosto.
No peito, um vácuo,
uma lacuna de reticências,
quando seu corpo se afasta
-única terra onde andei
e some nas sombras
de sombrios escombros,
desatando os nós...
O meu ser acuado,
se arrasta nas correntes
da memória,
onde a alma se escora
e chora...

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