domingo, 27 de maio de 2007

Silêncios e Silêncios!

Há silêncios ruidosos que perturbam.
Silêncios muito estranhos, abusados.
Silêncios importunos que provocam
Reações hostis e indelicadas.
Tu te calas, eu, qual animal ferido,
Rumino as palavras, que sangram sem serem ditas.
Regurgito diamantes em lavras.
Silêncio que me trai, que me infelicita.
Silêncio um tanto bandido.
Há o silêncio intimista com jeito de oração,
De alguém que prepara a partida,
De alguém que amou e rasgou o coração.
Silêncio de quem parte sem despedida.
Aprendi amar este silêncio musical
Diferente do silêncio que fez Poncio Pilatos.
Diferente do silêncio odiento dos ingratos,
Mas um silêncio terno quase celestial.
Este silêncio da mulher apaixonada,
Rejeitada, carta fora do baralho;
Silêncio que evita cruel achincalho
De conjugar o verbo amar,
Só na primeira pessoa do singular.

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