quinta-feira, 31 de maio de 2007

Amor que me intrega

Eu vivo de amor somente.
Por amor entrego a mente
ao carinho de um abraço.
Quando me deito em teu braço,
parece que tudo se acalma...
A minha alma flutua,
caminho até pelo Espaço,
me aqueço nos raios do sol,
enquanto me banho nua...
É meu amor quem comanda,
com seu gesto maneiro,
a vida desde o princípio
e o Princípio por inteiro...
É meu amor quem tempera
a languidez de um grito,
que vem do fundo da alma,
e eclode no meu infinito,
onde guardo recordações
de meu tempo mais feliz...
Este amor é tudo que quis
e agora é meu assim,
como quem nada pede,
como quem nada diz...
Mas comanda minha emoção,
abraça meu coração,
traz luz para o meu poema,
indica qual é meu lema,
me faz mulher tão feliz...
Sem ele eu morreria,
eu e minha poesia,
pois só passei a escrever
no dia que o amor conheci...
Meu amor, que vida eu teria,
se longe de ti eu vivesse?
Talvez ainda escrevesse,
talvez meu canto rimasse,
talvez ainda encontrasse
o sonho, mas sem poesia...
Talvez visse o clarão do dia,
sem que o sol me abrasasse,
sem que água eu tomasse,
para saciar tanta sede de amor...
Seria eu, talvez, a imagem da dor.

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