domingo, 27 de maio de 2007

FLORES DO ACASO

Acaso ouvi repudiar pedaços meus?
Foi a parcela da vida que eu não vivi.
Ah! Direi que choro às flores que eu não vi
e, em descrença vaga o riso que perdeu,


Sabe-se lá qual a cicatriz que mais doeu?
Consolar-se com um amanhã dourado,
esquecer todo o ontem amordaçado
na desilusão, quando o hoje amanheceu.


(Grades nas janelas, opressão insana,
e ela nada sabia que lá fora o mundo
lhe fora roubado. Abismo profundo,
lacrimejam os anos nessa trama.)


Psique! Valei-me essa síndrome que em mim
exuma e destroça meu corpo doente.
Solidão e agonia, sem sol e sem poente
e uma irônica luz nas noites em fim.


Se lembrou de uma criança e um toque de mão
sorrindo ao acaso e às flores em vida
e chorando a fuga ou a infância perdida,
o olhar retratou a desumana prisão...

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