sexta-feira, 25 de maio de 2007

Ah! Se os poetas falassem de flores

Ah, como eu queria
ver os campos cobertos de flores.
Os poetas falassem de amores.
Só de amores.
Mas, também falam de penares,
que invadem os lares causando mágoas e dores.
E, o guri que voltava da escola,
Mui contente e pachola trazendo pra Mãe um buquê de flores.
Flores tinha a ofertar
Com sorriso cheio de guri
Donde se esconde o seu sorrir?
Outros ainda haverão de vir?
Os pássaros voavam na Primavera,
as borboletas pousavam às flores que cobriam de cores,
enchendo de odores a tapera.
Uma sanga, água limpa,
um pocito onde o guri brinca
entre cardumes de lambaris.
Este é o mundo do guri.
Um mundo de encanto e harmonia.
Que povoava o fim do diaAntes em casa chegar
Um mundo que tinha para ofertar,
colher e entregarflores à mãe com alegria.
Brincava de tropa de osso,
tinha um potro de taquara,
de pelagem malacara na sua imaginação.
Já tinha deixado do bico e até dormia sozinho sem medo da escuridão.
Escutava prosas no galpão sentadito num pelego,
Nem demonstrava ter medo dos causos de assombração.
Ah como era faceiro o guri
Podia andar por aí corcoveando e dando risada.
Brincando com a terneirada
Como se fosse um peão.
Mas, nem tudo é harmonia e,
o tema da poesia se transforma no penar.
O guri que vi brincar,
trazer flores coloridas,
com olhos cheios de vida e, sorrindo ao fim do dia partiu...
Qual a harmonia de seu mundo,
foi pra um mundo diferente, deixando recuerdos pra gente,
saudade e lembrança do seu rosto de criança que radiava felicidade,
pra colher flores na Eternidade e, levar um buquê à Virgem Maria.
Ah! Se os poetas falassem só de flores...
As flores que a Mãe leva pro guri.
E, que as gotas não são mais do sereno,
Pois, molharam o rosto moreno antes de nas pétalas caírem,
pois, da vertente dos olhos surgiram no puro amor e afeição,
regadas no pulsar do coração, que se mescla a penares e dores.
Ah!
Se os poetas falassem de flores.
Só de Flores..

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