Tudo quanto digo ou escrevo não é mais meu,
É doutro alguém que me lê e toma para si
O que no instante conquistado tornou seu,
Nas sobras extenuantes que partiram de mim.
Porque o que digo ou escrevo é o outro distante
Porque o que digo ou escrevo é o outro distante
E vou cantando o que mais ninguém diz…
Escrever escreva quem sabe de forma elegante,
Que eu vou nesta vida duplamente feliz.
São tantos contrastes, variando de quem lê,
São tantos contrastes, variando de quem lê,
O que se escreve como forma de suplantação,
Que quem escreve escrevendo nem sempre vê,
O que é seu ou do outro, porque não soube calar.
O que é seu ou do outro, porque não soube calar.
E meu espargido e mui distante coração,
Tem tendência (quando este mundo diz) a chorar.
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