Bem-te-vi do meu cenário vista o bragal que despi,
enigmáticas asas as tuas... rouba de mim as poeiras
umedecendo o teu olhar, centelhas assim sem eiras.
Meu bem eu te vi. Bem-te-vi me diz o que eu não vi?
Beija-flor de teatros sonolentos onde me represento
qual um enfeite parado num tempo e parado sem ar;
vendo o que eu não vi, e quem verá cair sem revidar
à flor de aço alada e fomentada em rito e ungüento?
João-de-barro nos relevos destas manhãs ancestrais
de ilusões caóticas, distorcendo o mito e a revelação
de luz que ama todas as luzes, iniciando a possessão
do beija-flor que ouvi outrora e não o vi nunca mais.
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