quarta-feira, 25 de junho de 2008

TEMPO DE ABANDONO

Os espelhos que refletem nossos corpos,



sem calor e de ausência impregnados,



só confirmam as tristezas que guardamos



nas retinas do relógio do passado.







Não gosto de lembrar, me dói a alma:



tanto amor que nos uniu foi esquecido.



E nós, a sós, toda a vida sempre assim,



a nos guardar neste vazio aborrecido.







Que foi feito da luz dos nossos olhos

que ofuscava até a luz do dia?

Que caminhos tomaram nossas mãos,

que hoje pendem sem sonhos e vazias?



De que boca beberam nossos lábios

se nossos beijos tiveram sempre um dono?

Onde guardar as ilusões se não existem

outros espaços neste tempo de abandono?

Sem comentários: