segunda-feira, 30 de junho de 2008

A MISÉRIA DO MUNDO

Meu olhar perscrutador vai muito além,
do que os donos do mundo fazem-me crer.

Vejo povos a morrer, por não terem ninguém,
que olhe por eles e lhes possa valer.

Pessoas sem casas, sem saneamentos básicos,
vivem na imundice da extrema pobreza.

Estes são comportamentos clássicos,
de quem vive dos outros a indiferença.

Comida não há, a lixeira é a parca salvação,
de quem nada tem, atreitos a doenças.

Escolas não têm, tão pouco educação,
vão na vida vivendo rasgadas desavenças.

Prolifera a droga e os gangs de rua,
protectores improvisados de suas gentes.

E uma menina sem idade, quase nua,
faz da prostituição o pão de seus parentes.

Crianças cheiram cola, pra fugir à realidade,
do dia-a-dia tristemente sempre igual.

E revoltado revejo sua débil fragilidade,
tratados como se fossem um qualquer animal.

E nesta cena triste, de quem se sente,
nascem filhos com Sida, transmitida pelos pais.

E neste poema, feito assim, de repente,
quis trazer os meus, assim de muitos mais, os ais.

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