terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ADOTAREI O AMOR

Adotarei o amor
e o escutarei cantando,
e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta.

Na aurora,
o amor me acordará e
me conduzirá aos prados distantes.

Ao meio dia,
conduzir-me-á à sombra das árvores
onde me protegerei do sol como os pássaros.

Ao entardecer conduzir-me-á ao poente,
onde ouvirei a melodia da natureza
despedindo-se da luz,
e contemplarei as sombras da quietude
adejando no espaço.

À noite,
o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores
onde moram as almas
dos enamorados e dos poetas.

Na primavera,
andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas;
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas;
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.

No verão,
deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas,
tendo o firmamento por cobertor
e a lua e as estrelas por companheiras.

No outono,
irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.

No inverno,
sentar-me-ei com o amor diante da lareira
e conversaremos sobre os
acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.

O amor será meu tutor na juventude,
meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice.
O amor permanecerá comigo até o fim da vida,
até que a morte chegue,
e a mão de Deus nos reúna de novo.

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