segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

CORAÇÃO TENOR!

Tivesse meu coração
a voz de um tenor conhecido e
se juntasse em comunhão com o céu entristecido...
Levantasse minha amada as
pálpebras dos olhos castanhos,
para o entardecer do meu peito,
feito o céu a quem proclamo!
Triste como a tarde no poente...
Rubro, fincado em haste!
Da saudade que, sem querer,
em meu coração colocaste.
Cantaria meu coração,
as dores saídas de mim...
A mais sentida, senão,
a desta tarde em quase fim.
Que me ouvisse o rincão
onde ela finca os pés...
Cantando meu coração,
na voz mais alta que houver.
Despertando as quimeras,
repousadas em seu caminho...
O voar desordenado no juntar dos passarinhos!
Meu coração tenor...
Que há de cantar seu amor,
no peito que não lhe cabe
e, quando, de sufocada dor,
eternamente cantará de saudade!

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