São os rios da vida
que correm para o mar
quimeras enluaradas em gestação plena.
São eles que trazem a serenidade
em seu marulhar constante,
aquietando o coração.
Mas tem vezes, que
sofrem a ação da mudança das estações
e podem até mesmo secar de tanta angústia.
Tornam-se indiferentes
aos movimentos contínuos das criaturas,
fechando-se em suas copas protetoras.
Da nascente maior deste rio,
o Amor se projeta em jorros
de expectativas e devaneios do ser.
As águas vão serpenteando,
dançando por entre os seixos,
ora desviando, ora se encontrando.
Nos desvios o que mais se deseja,
permite harmonizar tudo de novo,
encontrando a solução atrelada à razão.
No encontro das águas com as pedras,
nem sempre a sincronia se faz.
Há que se ter paciência e compreensão.
E o cotidiano vai se desenrolando,
entre o sol que aquece a Terra,
e a chuva bendita que irriga o solo.
Ambos são tão necessários,
quanto o nosso calor humano,
e o ofertório do ombro ao amigo irmão.
Fico imaginando os seres que se querem bem,
sentados tranqüilos nas margens dos rios,
reverenciando as forças da natureza.
Contudo por ânsias desmedidas,
os humanos complicam tudo.
E o que antes era belo,
agora se contrai em dor
Haverão aqueles que acharão
que o chão é tão rugoso quanto as idéias
e pretensões dos demais companheiros.
Outros pensarão com certeza,
que haverá coisas melhores a fazer
do que simplesmente olhar um rio que passa.
Outros irão observar
o quanto de bens materiais
existem na vida de outras criaturas
e se perguntarão porque
uns tem tanto e outros tão pouco.
Interrogarão Deus com certeza!
Mas felizes serão aqueles,
que sentados à margem placidamente
souberem apreciar a paisagem, sentindo-se gratos.
E haverá ainda aqueles outros que
distribuirão amplos sorrisos,
e convidarão a todos a participarem
do divino Banquete da Vida e da Beleza.
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