Ontem ainda tão bela menina...
Engomado vestido ela vestia...
Ornada de pureza e fantasia,
Sonhava ser um dia bailarina.
Aos vinte anos, tornou-se dançarina.
Em véus finos com brilhos de utopia,
Desnudava-se à vida sem valia
No cabaré que abraça toda a esquina...
Hoje a sua velhice é desvario,
Provocando-me imenso calafrio,
Ainda que eu me cubra de mantilhas...
Nas madrugadas claras de luar,
Ao velho cabaré põe-se a arrastar
Puídos sonhos num par de sapatilhas.
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