No asfalto quente tomba machucado ... 
Penas e mais nada . 
Pobre pombo cinzento, 
dos porões e telhados urbanos , 
piolhento ! 
Se fosse ao menos um condor 
 tê-lo-iam visto sucumbir ... 
Ou um minúsculo beija-flor, conhecido 
colibri ! 
Se não tivesse essa cor  e fosse 
branco da paz , 
talvez alguém o soltasse nos tempos 
de violência , 
com esperança de que o amor vença a truculência ... 
Sua cor não ajuda .É marginalizado ! 
Mendiga por migalhas nas calçadas . 
A vida em comum tem muita semelhança . 
Como estariam as nossas crianças ? 
O preconceito racial ? 
Se fosse um curió estaria em qualquer 
quintal ... 
No entanto, padece no asfalto quente aos 
olhares de um bando de gente, 
como padecem os mendigos pelas calçadas 
sem família e morada ... 
Pudera ! Não foi um canário do reino ou cotovia ! 
Nasceu cinza ... 
Não fosse a cena bela , 
que meus olhos testemunharam , 
meu dia seria sem graça ! 
Um bando de meninos de rua levaram-no 
ao chafariz lá da praça ... 
Deram-lhe água no bico , 
refrescaram suas penas ! 
Depois jogaram-no ao céu que estava azul  e 
seguiu rumo ao sul  ... 
 Perdeu-se entre os edifícios ! 
A piedade venceu a truculência , 
o amor venceu a violência ! 
Afinal , eram tão parecidos ... 
os meninos de rua e o pombo ferido
1 comentário:
Hey, gostei muito mesmo deste texto e publiquei no meu blog(http://imthekillerwolf.blogspot.com.br/2012/06/pombos-pela-cidade.html), só estou avisando por avisar.
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