a brisa alegre e evassiva
agressiva as pequenas aves
assopra cansadas velas alvas
ondas e golfinhos se alinham
disputando um rali por tempo
traços horizontais e perpendiculares
o papel se encrespa
o nada se habilita
a navegar oceanos medonhos
céus no alto
brandindo espadas translúcidas
nuvens carregadoras de pó e sal
céus debaixo dos mares
correntes máritimas
cortando profundidades
no começo tudo existia
o resto que contaram é falso
pedaço de vidro no deserto
fruto do choque de um meteorito
o desconhecido se entrepõe
entre coisas imaginadas e escondidas
a rima ausente do poema e espaço em branco
entre as letras e o formato das linhas
a maré e a lua nova
interpondo vazios e decepções
ao aproximar sombras eternas
e distâncias no apogeu
o brilhar das estrelas espiam
o cantar dos pés
asas dos homens
o ponto espera os olhos
respiração procura salvação
a poesia do incerto desperta o monstro
com cabelos de diamante
que escondemos nas terras
do outro lado das trevas
chave mágica
trecos de infância
este seu olhar de mulher
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