domingo, 21 de novembro de 2010

Quanta Tolice!...

Como pude pensar tanta bobagem?
Enfeitei noites vazias, fui tão bobinha!
Propus ao coração uma louca viagem.
Santa inocência! Que tolice a minha!

Ninguém sente como eu sinto o amor.
Tudo é tão frio, sem sentido, sem razão.
É asneira.. atender do peito... o clamor.
É louco quem vive do que dita o coração!

Construí tantos castelos! Quanta tolice!
Adormeci em tantas nuvens de saudade!
Ornamentando cada manhã de meiguice.
Num tormentoso mar de ambiguidade!

Terei sido tão louca... - Tão demente?
Ao devorar teu corpo... teu beijo ardente?
Fazendo-me só tua... tua simplesmente?...
Ah, se soubesse, o que diria essa gente?

Que sou uma tola? - Que vivo em delírio?
Que durmo e amanheço ouvindo sinos?
Vivendo de utopia... de terrível martírio...
Entregando-me a sonhos vãos e desatinos?

Pois que pensem... que tudo foi tolice!
Amei... porque amar faz parte da vida!
Se vivi de quimeras... de pura doidice...
Pelo amor fui batizada, estou absolvida!

Quantas tolices se faz por amor!
Tantos querem amar, se entregar.
Sentindo medo de sentir, de se expor.
Vendo com tristeza a velhice chegar.

Quanta tolice... é não viver de emoção!
Fui tola... e tola serei... eternamente!...
Ardente... alucinada... cativa da paixão.
Que zombe de mim toda essa gente!

Sou tola, sou louca; sou sim, uma demente!
Só assim... posso viver... plenamente!...

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