terça-feira, 1 de junho de 2010

QUANDO SE COMETE A AUTO TRAIÇÃO

A Auto Traição pode parecer algo impossivel de existir, mas não apenas é possível, como na verdade é o que mais ocorre, e é a pior da todas as traições, quando traimos algo que levamos no recôndito de nossa alma, quando frustramos algo que muito queremos realizar.



Na verdade, a auto traição principia quando nascemos, e não somos capazes de expor nossos reais desejos, sempre sendo submetidos a tudo que nos é imposto. Porém, nessa altura da vida, como ainda não podemos falar, expomos nossas contrariedades com nossos choros e berros. E o que ganhamos? Uma chupeta na boca, quando queremos uma pizza... Nem sempre somos atendidos dentro do que desejamos, mas temos que nos submeter, pois não podemos esboçar qualquer reação. Muitas vezes nosso organismo o faz. É quando ficamos doentes inexplicavelmente, mas que hoje em dia os médicos sempre dão o brilhante diagnóstico: É uma virose... Bolas e daí? Muitas vezes pode ser uma doença psicossomática, por algum desejo contrariado. E por que não? Já está provado que isso acontece desde a mais tenra idade.



Prosseguindo o ciclo da vida, continuamos a nos trair, pois nossa vida sempre será dirigida, não segundo nossos desejos, mas segundo “aquilo que é bom para nós”. Será que é bom mesmo? Será que queremos realmente estudar, ser crianças bem comportadas? Nossos desejos sempre tem que ser sufocados, pois os nossos pais, e demais adultos “sabem o que é bom para nós”. Só que agora podemos pelo menos exprimir nossa revolta. E daí, começa a surgir o que se define como “conflito de gerações”...



Principalmente porque estão sempre direcionando nossos atos e pensamentos para aquilo “que fica ou não fica bem”... Sem maiores explicações. As coisas são assim, e ponto final. E etão perguntamos porque as coisas não nos são bem explicadas, os porques e os "nãoporques"...



É nessa época que é importante que haja um diálogo, onde nos seja permitido expor o que nos vai na alma, e onde estejamos dispostos também a ver o outro lado, para que possamos saber o que poderá ou não ser feito para nossa satisfação íntima, pois nem tudo que nossa alma deseja é possivel, mas queremos saber porque não o é.



É importantíssimo um diálogo franco e honesto, onde haja uma troca de idéias, e um mútuo escutar. Os dois lados devem saber expor seus pontos de vista, desejos e possibilidades, para que as coisas possam ser bem compreendidas. Sem traumas ou discussões, apenas diálogo. Se queremos uma bicicleta, e as posses de nossos pais só alcançam uma bola de futebol, é com ela que precisamos nos conformar, mas isso nos deve ser explicado, e não apenas imposto.



Prosseguindo o ciclo da vida, quando chega a oportunidade de vivermos por nossa conta, de podermos dar nossos passos ao sabor de nossos desejos, é que realmente ocorre a parte mais forte da auto traição, e que muitas vezes, se transforma em alta traição...



Quantas vezes nossos planos de vida tem que ser mudados pelas mais diversas razões.



Seja por não termos condições financeiras de realizar “aquele sonho”, e então precisamos ir à luta, enfrentando o mercado de trabalho, onde nem sempre conseguimos trabalhar naquilo que realmente queremos. Mas fica o desejo secreto latente lá em algum cantinho da memória, esperando uma ocasião propícia para se manifestar, ocasião essa que nem sempre surge.



Outro fator que nos joga na senda da auto traição, é quando começamos a amar alguém, e tentamos sempre agradar, sempre procurando saber o que ela vai ou não gostar que façamos.



Claro que essa auto traição é recíproca. Claro que deveria haver um dialogo franco e honesto nesse início de relacionamento para que arestas possam ser aparadas, fazendo assim com que a auto traição seja, ao menos, minimizada.



Esse diálogo, embora necessário, é muitas vezes prejudicado por certos preconceitos que ambos os lados trazem, seja de frustrações anteriores, seja da própria vivência.



Essa traição nos fará perder a individualidade e a singularidade, levando-nos a abandonar a sensibilidade e a intuição que nos permitiriam viver uma vida plena e feliz, vivendo outra, mais frustrante, mas dentro das convenções e conveniências que nos são impostas pelo próprio ato de viver. E assim, calando quando deveríamos falar, falando aquilo que não desejamos, fazendo aquilo que não é nosso real querer, vamos levando essa traição adiante, sendo fiéis a uns quantos princípios de vida, mas não aos nossos reais princípios e desejos.



Muitas vezes, surge aquele dia que resolvemos mandar tudo para o espaço e nos libertamos de todo e qualquer grilhão, em busca de nosso sonho perdido.



Nem sempre haverá tempo para isso, e nem mesmo possibilidades. Mas poderá valer a pena a tentativa.



Este assunto merece novos estudos, e, enquanto isso, fica aqui meu desejo de UM LINDO DIA, e sem muitas frustrações...

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