quarta-feira, 17 de março de 2010

Vingança Cigana

A cigana lançou os olhos ao redor...
Outro céu... seria agora seu refúgio,
Pegou só o que era seu... e partiu...
Nunca mais usaria de subterfúgios!...

Nunca mais rolaria uma lágrima sequer
Em seu rosto... em seus belos olhos...
Tudo seria festa... alegria... dança...
Sem tristezas infindas... sem abrolhos...

Ah... sua quase selvagem revolta...
Pedia troco... revanche... vingança!
Sua alma feminina gritava: - Chegará o dia
De ferir certo peito... como uma lança!...

Partiu... partiu sem olhar para trás...
Sem demora, sem pensar em nada...
Voltaria a ser a cigana impetuosa...
Seria seu amor... a mais afiada espada!...

Dançaria à luz da lua, cercada de olhares
Famintos... cobiçosos... apaixonados...
Atrairia com seu estonteante fascínio,
Seria a fera de cada tenda ou povoado...

Mas aquele cigano... jamais a teria, jamais!
Jamais teria seu corpo... sua boca beijaria...
Seria de todos... sem ser de nenhum!
Nunca mais seu peito, o amor albergaria...

E seu triste juramento... cumpriu-se...
Há um cigano que chora de saudade...
Lembrando do seu fiel... e doce amor...
Mais nela... nada sobrou de bondade...

Ele... ele descobriu o quanto errou...
Quanto feriu... e seu peito sangrou...
Mas ela nunca mais voltará para ele...
Aquele cigano... no peito ela matou!...

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