quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Para o amor dar certo

Quantos relacionamentos começam com uma paixão, tudo dando certo, as pessoas encontrando semelhanças e sincronicidades para depois cada um seguir o seu caminho triste, por conta de mais uma decepção?
Por que tantas vezes a paixão não se desenvolve em amor?
Por que tantas vezes nos decepcionamos com o outro?

Claro que todas as histórias dependem de um amadurecimento. As pessoas mudam, o tempo tem uma função muito importante em nossas vidas e cada um de nós está sujeito a passar melhor ou pior por ele, o mesmo acontece com nossos relacionamentos afetivos. Todos temos que suportar com luz e sabedoria a ação do tempo e muitos romances não resistem ao teste do convívio diário e mais íntimo.

Quem não gostaria de sentir sempre uma alegria quando encontra a pessoa amada? Quem não gostaria de ser sempre compreendido pelo parceiro mas, na vida real, compreender parece mais fácil do que ser compreendido. Mas teria mesmo que ser assim ou podemos mudar isso?

O tema deste artigo me chamou a atenção, numa semana em que atendi várias pessoas com o mesmo desafio. Depois de um tempo de relacionamento se sentiam vazias, sem estímulo para continuar com seu parceiro. Algumas depois de anos de casamento e outras vivendo vários encontros frustrados em relações que não se transformavam em nada mais sério justamente por falta de comprometimento.

Partindo do princípio de que não mudamos as pessoas, precisamos investir, então, numa mudança íntima. Dentro do conhecimento espiritual ou iniciático, compreendemos que tudo parte de nós, de um desejo de nosso espírito evoluir, inclusive, as situações de estresse, abandono e injustiça dependem de nós.

Imagino que você, leitor, deve até estar se sentindo meio triste em pensar que você mesmo ocasionou a dor que hoje está na sua vida, mas de acordo com estudos profundos do mundo sutil essa é a mais pura verdade e não adianta imaginar que simplesmente mudando os pensamentos e desejos tudo mudará, porque não é assim que acontece. O fato de que precisamos mudar é totalmente correto mas a transformação é mais profunda, e interior. Não é algo da superfície. A mudança envolve uma prática diária nos pensamentos e também no comportamento.


No caso dos relacionamentos afetivos, para realizar esta mudança precisamos primeiramente nos diagnosticar. Se você não tem um bom terapeuta que o ajude neste diagnóstico, veja as seguintes dicas. Tente responder com honestidade e veja o que sente com suas respostas.


Tenho certeza que você perceberá alguns pontos que podem ajudar muito nessa mudança:

1. Você preserva o seu parceiro do seu mau humor? Por exemplo, quando chega cansado do trabalho tenta primeiro relaxar um pouco, mudar de roupa, tomar um banho antes de se misturar no convívio?

2. Quando está cansado, tenta mergulhar dentro de si mesmo para entender de fato de onde vem esse cansaço ou apenas imagina que trabalha demais e que precisa de um culpado para seu mal estar?

3. Quando fala com seu parceiro imagina que ele ou ela deva compreender exatamente o que você deseja? Resumindo, não sente vontade de explicar.

4. Mesmo na loucura do dia-a-dia consegue ficar sozinho com seu parceiro, conversar, passear como faziam no começo do relacionamento?

5. Tem paciência de ouvir as histórias dele ou dela?

6. Consegue perceber quando o outro teve um dia complicado e, por conta disso, fica no seu canto fazendo suas coisas sem pedir atenção?

7. Compreende a necessidade de ter uma vida pessoal rica, independentemente dos gostos e desejos do seu companheiro. Muitos relacionamentos não dão certo porque as pessoas rapidamente abrem mão do seu mundo para viver em função do outro.

8. Já parou para pensar se você está sendo claro em suas mensagens e em transmitir suas necessidades ao parceiro? Você fala a verdade sobre aquilo que sente? Ou tem medo de magoar? Falhas de comunicação põe muitas histórias de amor a perder.

9. Você sabe dizer não? Lembre-se que um não pode ser dito com amor e educação. Magoa muito mais mentir, sem contar que acumula raiva e mau humor dentro de você.

10. Já pensou em se tratar? Quando as coisas dão errado de forma repetitiva devemos abrir a percepção e pensar se somos nós que estamos errados.

Enfim, amigo leitor, acho que podemos concluir que o processo de autoconhecimento ajuda muito um amor dar certo. Quando sabemos quem somos, o que queremos para nossa vida, nem mesmo uma grande paixão nos tira do eixo.
Amar exige desprendimento e sabedoria para observar qual é o momento de ceder e qual a hora certa de bater o pé e sedimentar nossos limites.

Preservar a relação é possível quando somos honestos para conosco e não mais procuramos culpados para nossos insucessos. Com esta consciência, não nos deixamos abalar por dias ruins, por respostas negativas, se sentimos que depois boas respostas podem acontecer. Quando nos amamos somos mais capazes de amar as pessoas sabendo quem elas são.

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