quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ainda Que Tardio Regaço...

Triste manhã de angústias já delineia teu dia

Vives enfrentando batalhas sangrentas de dor

Tinhas a gargalhada estridente... hoje, a apatia

Perdeste rapidamente a ânsia de viver sem destemor.



O que será de mim te vendo assim... arqueado

Embarcando no trem da desilusão sem volta?

A juventude em lágrimas deixas de lado

Voam palavras vis com o veneno da revolta.



Pedras soltas, se as encontrasses, atiravas

Como se todos fossem para ti culpados

Até a Deus ofendes, esquecendo-te de que O amavas

Queres Dele receber prontos resultados.



Tens muito ainda da vida o que aprender

Nessa viagem há embarques e desembarques

Não são apenas alegrias que ela irá te oferecer

Mas, pelo visto, só a fraqueza queres que te marques.



Talvez tenham te faltado abraços

Mas não foi culpa minha... tu os repelias

Como teus super-heróis te achavas de aço

A doçura do gesto negavas por rebeldia.



Hoje te vejo assim... menino indefeso

A casca que te cobre é a da solidão

Deixa que o meu calor te mantenha aceso

Aceita meu regaço e o toque da minha mão!



Sente o amor que te dedico num crescente

Não te envergonhes dele... sorve-o inteiro

Amor de mãe é água brotando da nascente

Quando pensas que secou, ele volta em aguaceiro.



Dilacera essa armadura e ao ventre retorna

Adormece teus escuros na cama morna!

O sol te encontrará num novo renascimento

E a esperança será o teu aleitamento...

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