domingo, 27 de setembro de 2009

Ante os que partiram

É muito, muito difícil dizer adeus a um ente querido que parte antes de nós!

Ja me despedi de tantos, que sei mensurar bem essa dor. Hoje, comecei a inverter os lugares... E se fosse eu que tivesse partido antes? Como seria essa minha viagem rumo ao desconhecido, deixando aqui todos aqueles que amo?

Nós sempre achamos que o sofrimento de quem fica é maior... Será mesmo? Tenho minhas dúvidas... Como se sentirá a mãe que parte, deixando aqui filhos pequenos para que outras pessoas criem, eduquem, encaminhem para a vida?...

O que ela sentirá, do outro lado, ao ver esses filhos separados para adoção ou criados sem amor, submetidos a humilhações e sofrimentos?

Como fica um pai que sempre trouxe o sustento ao seu lar, ver a família desamparada, estudos serem interrompidos, filhos tendo que trabalhar antes de se formarem?...

Cada um tem seu próprio sofrimento, uma percepção cognitiva diferente do outro.

Agora, imaginem os que veem a família desesperada, se lastimando, chamando por aquele que partiu...Sente-se impotente, revoltado, querendo ajudar de qualquer maneira, mesmo sem ter condições.

Sentir saudades é normal, o tempo pode passar à vontade, nunca esqueceremos os que nos são queridos. Eles tambem não se esquecerão de nós.

Choro de saudades, converso mentalmente com eles, dizendo-lhes que Deus nunca nos desampara, que eles sigam seu caminho, assim como seguimos o nosso, pois um dia estaremos todos juntos. Minhas lágrimas são de saudades, jamais de revolta.

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