segunda-feira, 21 de setembro de 2009

EM DIAS ASSIM

Em dias assim...

Se faz inquieto o coração,

porção de sol e respingos da chuva

em sentimentos retraídos.

A canção parece distante,

carregada de nostalgia,

um dia cantou em alegria

espalhando a magia nos campos que tocou.

Desafiando o vento correu até cansar,

e o tempo escureceu,

retocou clarão em fúria entregue às tempestades.

A chuva contou em lágrimas

a expressão perdida de um poeta sonhador.

Dos sonhos alados,

rabiscou soltas palavras, para um poema de ilusão.

Falso carinho,

carências compostas em fantasias,

todos os dias seriam eternos.

Em dias assim...

É incômoda a solidão,

limitado o espaço,

distância dos braços na espera de calor.

Desamor feriu a flor que não floriu na estação,

negou a face e adormeceu.

Ainda quero despertar

tão logo quando aurora me chame

e os pássaros ensaiem

suas primeiras palavras na adoração da vida.

Juntos aos meus olhos espelhar toda transparência,

essências do mais íntimo de onde se possa buscar.

Voar na liberdade que o mundo condena

por estar aprisionado em um corpo,

negativo direito de amar.

Em dias assim...

Choro!

Lágrimas secas da incompreensão,

nulos céus nunca tocados.

Hoje um beijo me faria bem,

levaria a mágoa

e na eternidade

saciaria meus desejos

e por horas o mundo se retrataria

de infame engano,

em dias assim...

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