domingo, 27 de setembro de 2009

ESSE TAL DE AMOR

Certo dia, alguém incrédulo do amor, ao caminhar por uma estrada encontrou um homem sentado sob a sombra de uma árvore.

Como estava cansado da caminhada, ali também se sentou. Observou que o homem que ali estava não lhe dirigiu nenhuma palavra, e continuava a olhar fixamente para uma pomba que estava no céu a voar.

Depois de algum tempo aquele homem ergueu sua mão para o alto e ficou naquela posição, apenas a olhar para a pomba em sua frente. Sem conter a curiosidade o caminhante interrogou-lhe: Porque o senhor está com a mão levantada ha tanto tempo, sem, contudo, tirar a visão daquela pomba? Estou preparando o lugar para o seu pouso, respondeu-lhe. E como vai conseguir isso? Através do amor, respondeu-lhe. O caminhante gargalhando disse, o senhor ou está brincando ou é louco, e saiu para prosseguir a sua caminhada. Algumas horas depois já de retorno, avistou o mesmo homem com a pomba em uma das mãos e com a outra a acariciar-lhe as penas. Chegou-se novamente até aquele homem, quando a pomba, com medo alçou voo.

O senhor não vai me dizer que aquela pomba realmente veio pousar em sua mão, exclamou. E por que não, respondeu-lhe. Ela esperou o senhor ir-se para vir em minha mão pousar, mas agora com a sua volta ela alçou voo novamente. E por que ela fez isso, interrogou o caminhante. Por que no seu coração não existe amor e os pássaros sabem disso.

Aquele homem baixou a cabeça e seguiu.

Muitos anos depois ele foi encontrado com o braço erguido e uma pomba sentada em sua mão. No bolso de sua camisa foi encontrado um diário que dizia: Hoje faz cinquenta anos que tento encontrar esse tal de amor.

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