terça-feira, 22 de abril de 2008

Sinfonia de Gralhas

Chegando ao hotel em Varsóvia

dou uma volta nas cercanias

e nem percebo a vizinhança

que terei por alguns dias.



Dos galhos entrelaçados

de uma tília secular,

um pássaro pia assustado,

talvez almejando voar.



Mas outros vão se chegando

e muitos ninhos eu conto,

são tufos negros encravados

na solidez de seu tronco.



Várias famílias de gralhas

disputam o mesmo habitat,

invadindo com seu alarido

meu sono que não quer acordar.



O destino nos prega ironias

que marcam nossos caminhos,

na terra de Fryderyk Chopin,

pensando ouvir seus Noturnos,

as gralhas me presenteavam

com alvoroços diurnos.

1 comentário:

Unknown disse...

Há alguns anos, recebi a "Sinfonia de Gralhas" numa lista da qual fazia parte, no Yahoo! Grupos; achei-a simplesmente irresistível e hoje, buscando com saudades, estou feliz por haver reencontrado esta obra tão sensível.
Estou escrevendo uma obra sobre como podemos observar a natureza como um mundo a mais, imenso e que nos fala quando queremos prestar atenção; gostaria de incluir a sua poesia com a devida autoria e, se acaso eu tiver sorte algum dia, publicando o livro, envio-lhe uma cópia. Mas ainda falta para terminar, viu?
Obrigada e continue assim, por favor!