Chegando ao hotel em Varsóvia
dou uma volta nas cercanias
e nem percebo a vizinhança
que terei por alguns dias.
Dos galhos entrelaçados
de uma tília secular,
um pássaro pia assustado,
talvez almejando voar.
Mas outros vão se chegando
e muitos ninhos eu conto,
são tufos negros encravados
na solidez de seu tronco.
Várias famílias de gralhas
disputam o mesmo habitat,
invadindo com seu alarido
meu sono que não quer acordar.
O destino nos prega ironias
que marcam nossos caminhos,
na terra de Fryderyk Chopin,
pensando ouvir seus Noturnos,
as gralhas me presenteavam
com alvoroços diurnos.
1 comentário:
Há alguns anos, recebi a "Sinfonia de Gralhas" numa lista da qual fazia parte, no Yahoo! Grupos; achei-a simplesmente irresistível e hoje, buscando com saudades, estou feliz por haver reencontrado esta obra tão sensível.
Estou escrevendo uma obra sobre como podemos observar a natureza como um mundo a mais, imenso e que nos fala quando queremos prestar atenção; gostaria de incluir a sua poesia com a devida autoria e, se acaso eu tiver sorte algum dia, publicando o livro, envio-lhe uma cópia. Mas ainda falta para terminar, viu?
Obrigada e continue assim, por favor!
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