quarta-feira, 23 de abril de 2008

DEVOLVA-ME!

Enamorou-se...

Encheu teus olhos de desejos

e colheu-me do ventre da terra...

Fui o arabesco que envolveu o teu corpo

e o azul do teu olhar fez-me peregrina

dos teus caminhos...

Depois de fazer-me sentir um ideal

quimérico de uma existência

em tuas mãos macias, deixou-me

num altar em vaso de cristal,

tal qual uma pedra preciosa... intocável...

Sufocante liturgia...

Devolva-me!

Não quero teu altar como moradia...

Desejo voltar ao meu

vôo matinal com as andorinhas,

voltar a viver...

Sem comentários: