quinta-feira, 24 de abril de 2008

CIÚME

Ciúme, esse bichinho atrevido
que se infiltra sem parar
E complementa a agonia,
estrangula a alegria,
Submete-me ao pesar.

P'ra descobrir o que não existe,
atiça-me e não desiste,
Sobe no palco à brilhar.

Fazendo-se de valente
destrói a paz do meu dia.
Destrói como ventania
Qualquer valor que eu buscar.

Ciúmes de tudo em ti;
da tua boca sem beijo,
Do teu corpo com desejo,
de tuas mãos ansiosas...

Minha mente se transforma
Em um monstro a corroer
Fazendo o amor doer.

Ciúme praga maldita!
faz-me pior quando atiça
Em mim tudo que acredita
Que desse mal vou morrer.

É um veneno audacioso
Que envolve em fel tenebroso
Cada pobre coração.

Distila perfume atroz,
estonteante e veloz
Movendo a dor sob ação.

Transfigura a paz do rosto,
azeda a vida em desgosto,
Rouba o tempo que é imposto
às almas em sua prisão.

Esse insólito bandido
fulgura cheio de estilo;
De Santo mouco a ladrão.

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