segunda-feira, 21 de maio de 2007

Violão vadio

Chora o meu violão, encostado na vida
já não toca mais, já não tem guarida
como meu coração, que não canta também
desde que assistiu, a tua partida...
E eram notas tão lindas!...as que entoavam,
o meu violão e o meu coração
espalhadas ao vento, às margens do tempo
cheias de esperanças, na palma da mão...
Mas hoje... resta um violão vadio
enxugando as lágrimas, do meu coração
dueto cruel que embasaram os dois
quando o ontem passou, e chegou o depois...
Sem a alegria, de tantas partilhas
cadê a inspiração... Deus meu, onde está?
Ficou no teu peito... será?
Se ficou não há jeito, não vais mais voltar...
Violão vadio... que me deu tanta alegria
nas noites de lua, cantando contigo
olhando da janela, uma traineira que vinha
altaneira no mar, nas ondas deslizava...
Era tão bom esperarmos, saber que chegavas!
Eu e o meu violão, vadio agora...como meu coração,
sem colo, sem graçaque a alma cansada, debandou-se sozinha...
Vem cá violão... faça alguma coisa toca uma canção,
ainda que seja a última da vidadiga ao meu amor,
que sentimos saudadeque suspira por ele, a nossa última vontade!

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