segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Noite e dia dos amantes

A quase noite bate forte a porta da tarde,
com vento brando perde o raio constante,
como nada muda, lá vem a lua intrometida
lamentando sua má fase de minguante.


Algumas estrelas acordam pra brilhar,
a cadente muito doida escorrega até o mar,
pra lavar o rosto nas ondas salgadas,
como se fosse dona atreve-se a jogar.


Tudo bem disposto mas logo vem o amanhecer,
o sereno já não escorre das vidraças,
a friagem corre em linha reta pro horizonte,
fazendo a nevoa encobrir suas carcaças.


A noite parou de lamber seu pedaço de lua,
o mar já não bebe das fontes do rio,
o dourado brota lá no fundo aquecendo
os telhados mostrando a fumaça do frio.


O tempo passou por ele passa o rei sol,
a boa noite seguiu seu caminhar distante,
os olhos de dormir já não brilham como jóias,
dos amantes que fizeram amor abundante.

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