Uma verdade tem sido meu castigo
vem me açoitando precisamente todos os dias
escancarando meus medos
que pouco a pouco vão se fortalecendo
sobrecarregando ainda mais os meus ais
que gemem escondidos
Quando se mergulha no proibido
nem sempre pensamos em nos proteger
das arestas lenientes que se formam silenciosas
nos nossos pensamentos fugazes
porque não estamos preparados para essas
doridas mesuras
Penso com lucidez em todas as variantes
que fui criando a medida que arei
esse pedaço de mim
e nele semeei pequenos sonhos
prontos para descansar no arco íris
que espantou a chuva para me proteger
Além de me restar poucas alternativas
preciso controlar os impulsos que regem
os domínios dos meus medos
para que eles não aflorem
demasiadamente selvagens e cruéis comigo
aumentando ainda mais essas aflições
Nada resta senão esperar
ficar olhando além do horizonte
uma saída para todas essas dúvidas
difíceis demais para se resolver sozinha
sem que do outro lado da montanha
esteja alguém me estendendo a mão
por me compreender
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