sexta-feira, 30 de novembro de 2007

MEDOS

Não sei de muitas coisas, eu confesso;
falo somente do que vi e aprendi:
vi que nos gritos de um homem angustiado,
estão seus medos sufocados na garganta,
que sua fragilidade vem à tona,
quando se mostram os contidos prantos
e que seus medos se iniciaram,
ao ouvir de adultos, os primeiros contos.
Quem dera um dia tudo isso terminasse
destruindo toda forma de opressão
para que não morresse a esperança
que se deixa matar nas aflições,
permanecendo a alegria pura,
não apoiada na desgraça dos irmãos.
Que haja um relógio a despertar a sensatez
pra não falarmos em linguagem equivocada,
e só ouçamos os justos e conscientes
de todo o mal já feito ao semelhante.
Não sei de muitas coisas, eu confesso,
mas sei da dor, das injustiças
e dos medos.

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