Vida amante

Deixo livre meu coração para voar,
como se fosse dono do mundo,
por isso lhe dei asas grandes,
como borboletas azuis abrindo o céu.


Quero meus sonhos inteiros quando amanhecer,
o mesmo olhar da noite passada,
a esperança deve ficar exposta,
como quando o coração se oferece ao outro.


Não deixa partir o sol antes de aquecer o corpo,
a noite pode ser longa e fria,
a lua é viajante destes tais sonhos imprevistos,
sob o céu a solidão pode se realizar.


Sinto o amor antes que termine a madrugada,
deixo livre, as portas, as janelas abertas,
quando o vento passar, voe se quiser
ou me ame por mais um sol e uma lua.


A esperança atravessa o corpo como se fosse mundo,
toma um cálice de paixão antes de partir,
deixa sobre a pele um recado e um desejo de amor,
neste respirar começa o sentimento ou termina a vida.


Abro passagens que me levam ao futuro,
para meu uso, carrego apenas uma mochila de sentimentos,
espero caminhar menos e amar mais que desejo,
neste emaranhado de linhas da vida amante.