terça-feira, 22 de maio de 2007

Teu desprezo

Do teu desprezo, as pontas finas
atingem certeiras o alvo perfeito.
A acidez de tuas atitudes ferinas
ferem incautas meu frágil peito.

Anuncia, o saber da tua ausência,
muitos vazios, espaços incolores.
Brilho se esmaece, sem clemência,
purgando minhas feridas e dores.

És meu algoz de palavras ternas,
fogo que arde minha pele pálida.
Tuas juras, as que dizias eternas,
ferem verdade, que supunha válida.

Permaneço só, no umbral da janela.
Flores murchas nas crispadas mãos.
Caída na mesa, já gasta, apagada vela
com que orava. Inúteis pedidos vãos...

Sem comentários: