quarta-feira, 16 de maio de 2007

Porta-voz

Ele apareceu, face da vergonha em teu adereço,
inda que mui ferido, escavando túneis de arrimo,
livrando talvez a tua aura do ressequido gesso;
e a menina dos olhos perdida no olhar do menino.


Insurgente; porém, não mais menino selenita
dos atos falhos, e nem estéreis votos celestes,
Só, o homem só, corpo na alma da pedra que habita
a secura das brisas; libelo contra o réu e o mestre.


Fatos do pó na alma de gesso, tal menino, porém,
reflete a pedra da lua em meus túneis e na tua brita
escavando a vergonha, talvez, dessedentando alguém,
livrando a ferida e a ira da face de quem te fita.

Sem comentários: